Jornal de Brasília - 05/09/2010
O crédito consignado não para de crescer e vem ganhando cada vez mais espaço dentro das operações para pessoas físicas. Com taxas de juros bem menores que outras linhas, a carteira de empréstimo com desconto em folha cresceu 31,8% nos últimos 12 meses encerrados em julho, segundo os dados mais recentes do Banco Central. Com isso, a participação desse tipo de empréstimo dentro do crédito pessoal chegou ao recorde de 60,1%, expansão de quatro pontos porcentuais na comparação com o mesmo mês de 2009. Enquanto as linhas de crédito para pessoa física cresceram 1% em julho ante junho, o consignado avançou 1,8%.
O principal motivo do interesse das pessoas pelo consignado é a taxa de juros, que chega a ser menos da metade de outras linhas, e o prazo maior. Em julho, a taxa do empréstimo com desconto em folha ficou em 26,8% ao ano, segundo os dados do BC. É o menor valor desde 2007 e bem abaixo dos 60,9% cobrados no crédito pessoal normal. O consignado tem taxa menor porque o risco de inadimplência também é baixo, por conta do desconto automático das parcelas na folha de pagamento, avalia o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Adalberto Savioli.
Para o funcionalismo público, o risco de calote é praticamente zero. No setor privado, com a economia aquecida, as taxas de desemprego estão em trajetória de queda, depois das altas de 2008 e começo de 2009, o que afasta o risco de novos calotes. "Por isso, o consignado está ganhando cada vez maior peso dentro do crédito pessoal", diz Savioli.