Lessa também afirmou que muito segurado que está com perícia marcada para o fim do mês poderá receber um telefonema da Central 135 antecipando a avaliação médica, já contando com os novos profissionais contratados. O agendamento deve continuar pelo 135, que vai receber os novos horários das agências a partir de amanhã.
No País, estima-se que mais de 400 mil exames estão pendentes. No Rio, são 16 mil, segundo a Superintendência do INSS. Com Minas Gerais e Espírito Santo, chegam a 35 mil ao todo. Na segunda-feira, será publicado no Diário Oficial da União um edital com os endereços das agências que receberão currículos de médicos candidatos à contratação temporária no estado, que não poderá passar de 180 dias.
A expectativa da Previdência é zerar as pendências em até 30 dias. ?Hoje, vou fechar com os gerentes executivos as necessidades de cada região para decidir quantas perícias serão necessárias e os locais para recebermos os currículos. Por isso, só vamos publicar os editais para credenciamento desses médicos na segunda-feira?, explicou Lessa. ?Horários serão determinados pelos gerentes. Em Padre Miguel, por segurança, as agências fecham uma hora mais cedo hoje em dia. Mas não vejo por que não autorizar o funcionamento até 20h ou 21h em Copacabana, por exemplo?, acrescentou.
Os médicos terceirizados terão o limite de 524 perícias por mês. Caso os credenciados no estado façam o máximo permitido em dias úteis, com 24 avaliações diárias, a terceirização poderá eliminar as pendências com 30 médicos em 30 dias. O limite diário estabelecido será de 24 perícias.
Críticas e ironias à contratação
As associações de peritos do INSS criticaram o anúncio da terceirização, que vai pagar R$ 21 por perícia (mesma taxa cobrada em 2004). O portal Perito.med ironizou o método de seleção, que será por currículo, e de treinamento, divulgando o que seria um curso intensivo.
Na brincadeira, descrevem: ?Duração: 15 dias. Desvende os travamentos do Sabi. Aprenda a escrever mais de duas linhas. Suporte avançado de sobrevivência em Agência da Previdência Social?.
Médicos vão à Justiça contra contratações. E greve segue
O entendimento entre governo e servidores médicos continua longe. Ontem, a Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP) acusou o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, de ter impedido acordo firmado com o presidente do INSS, Valdir Simão, como se o tivesse desautorizado. A associação entrou com recurso contra as medidas de terceirização, que são consideradas retrocesso no atendimento.
Entre as ponderações sobre ética e qualidade dos serviços, os peritos alertam também para a falta de segurança dos médicos que se credenciarem. Ao atenderem fora das agências do INSS, a garantia de integridade física praticamente inexistiria.
Ontem, até o Conselho Federal de Medicina (CFM) respondeu às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à categoria, esclarecendo que nem todos os peritos ganham R$ 14 mil (só os que estão em fim de carreira) e defendendo a legalidade da greve.
A Previdência publicou nota em que nega quebra de acordo pelo ministro Gabas. O texto explica que o documento dos peritos grevistas trazia informações diferentes das acertadas, sem honrar o compromisso assumido na negociação com o INSS.