Direitos e Deveres
Na última hora, mais grevistas cedem a governo
Cristiane Bonfanti
O Globo - 30/08/2012
Auditores fiscais recuam e já cogitam fechar acordo hoje
BRASÍLIA E SÃO PAULO - Quando o jogo já estava na prorrogação, pois o prazo para negociar com o governo encerrou-se oficialmente na terça-feira, os auditores fiscais - categoria que já havia rejeitado um acordo - recuaram e podem aceitar o reajuste proposto de 15,8%, em três parcelas, a partir de 2013.
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) convocou os auditores de todo o Brasil para uma assembleia extraordinária hoje, para estudar a proposta do Ministério do Planejamento. A formalização de outros 25 acordos também não ocorreu ontem, conforme esperado, por causa de detalhes. A reivindicação era um reajuste de 30,18%.
Segundo o Ministério do Planejamento, os servidores do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep) também indicaram que podem aceitar a oferta.
O Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) estava prestes a assinar acordo, mas recuou por considerar que o governo "não quis discutir".
Todas essas mudanças causaram impasse no Planejamento. Até a noite de ontem, o órgão planejava enviar hoje a proposta orçamentária, com as previsões de reajuste, ao Congresso. Mas o prazo legal vai até amanhã.
Para o governo, a corrida de última hora deve-se à adesão de 90% do total de 1,2 milhão de servidores do Executivo civil ao acordo. A avaliação é que quem não entrar em consenso sairá enfraquecido. Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional, destacou que quem não fechou acordo ficará sem reajuste.
Ontem, servidores dos institutos de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e de Propriedade Industrial (INPI) e técnicos agropecuários haviam oficializado a negociação. Antes disso, funcionários das universidades federais, policiais rodoviários federais, além de quadros da Fiocruz e do IBGE aceitaram a proposta.
Agentes da Polícia Federal e servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no entanto, reiteraram que a proposta é insuficiente.
Em São Paulo, servidores do Judiciário Federal, auditores da Receita e agentes da PF continuam em greve. Ontem, em frente à superintendência paulista da PF, cerca de cem policiais carregaram um piano pelas escadarias do prédio, alegoria ao fato de eles serem a "base" do trabalho na PF. Já os servidores administrativos do órgão deram fim à greve após proposta de reajuste que varia de 14,2% a 27,9%, conforme a faixa salarial
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