Agência Brasil - 24/09/2010
Brasília - Os servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) podem voltar a paralisar suas atividades por conta de um posicionamento da Advogacia-Geral de União (AGU) que, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), contraria decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última terça-feira (21) a greve, que já durava 180 dias, foi suspensa após a concessão de liminar da ministra do STF Cármen Lúcia que manteve o pagamento da Unidade de Referência de Preço (URP) a toda a categoria. A AGU, porém, quer restringir o pagamento apenas aos servidores sindicalizados e calcular o valor da remuneração com base nos salários de 2005.
Para reverter essa situação, o Sintfub emitiu um parecer à universidade informando que o posicionamento da AGU é contrário à determinação do Supremo que prevê o pagamento do índice a todos os servidores com base na remuneração atual.
De acordo com o coordenador-geral do Sintfub, Cosmo Balbino, a postura adotada pela AGU é absurda, tendo em vista que a decisão de pagar a gratificação foi tomada por uma instância maior. ?Se não houver uma revisão da medida, a categoria retomará a greve. É um momento difícil, mas com certeza, voltaremos às reivindicações com mais força?, destaca.
Balbino explica que a postura adotada pela AGU é apenas uma maneira de interpretar a medida de forma ?conveniente? à instituição.
O sindicato informou que as os cálculos para inclusão da URP nas folhas de pagamento já haviam sido feitos. Entretanto, com base na força executória da AGU, não será incorporada ao salário do próximo mês.
Por causa dessa divergência, haverá uma assembleia na próxima terça-feira (28) na qual entrará em votação o indicativo de greve. Entretanto, o sindicato espera que até lá a AGU reverta a decisão. A data da assembleia coincide com o retorno acadêmico na universidade.
A greve dos servidores técnicos-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) durou mais de 180 dias e foi considerada a mais longa da instituição.