Direitos e Deveres
Servidores da Câmara contam com serviços de transporte e segurança bancados com recursos públicos
BSPF - 05/07/2015
Casa alega falta de estacionamento nos arredores do Congresso e coloca vigias para cuidar dos carros dos funcionários durante 15 horas diárias. Somente contrato para aluguel de vans e pagamento de motoristas custa R$ 1,5 milhão.
Por causa das obras do chamado 'Parlashopping', que nem sequer começaram, a Câmara dos Deputados decidiu se antecipar e oferecer dois novos estacionamentos para os servidores da Casa. Eles ficam a 7 e a 9 quilômetros do Congresso Nacional, ocupam área pública e são vigiados por seguranças que prestam serviço à Câmara.
Os servidores deixam os carros nestes locais e são transportados em vans até o trabalho. Os motoristas ficam à disposição durante 15 horas por dia. Oito veículos circulam de 15 em 15 minutos e, em muitas ocasiões, chegam a levar apenas um passageiro por viagem. Dois vigilantes atuam em cada um dos três turnos.
O serviço começou a ser oferecido no fim do ano passado. Pelo estacionamento vigiado e pelo transporte, a Câmara desembolsa quase R$ 9 milhões em dois contratos. Um deles, sem licitação, prevê a prestação de serviço de seguranças durante nove meses ao custo de R$ 7 milhões. Outro, no valor de R$ 1,5 milhão, é para o fornecimento das vans e dos motoristas.
A Casa alega que o primeiro contrato inclui a segurança em outras áreas da Câmara e que optou pelos estacionamentos para economizar dinheiro público, desafogar o trânsito na Esplanada dos Ministérios e auxiliar na redução da poluição ambiental.
O diretor do Instituto de Fiscalização e Controle, Emerson Lima, avalia que a Câmara deveria procurar soluções que não onerem os cofres públicos, principalmente num ano de ajuste fiscal.
Nos locais, a informação é de que os estacionamentos estão sendo utilizados como teste. O objetivo é saber se as áreas vão comportar a demanda de passageiros quando houver a reforma do anexo da Câmara e a construção de outros três prédios que vão abrigar restaurantes, cafés e lojas comerciais. A Câmara nega, afirma que os estacionamentos fazem parte do chamado 'Economildo' e que o sistema tira de circulação mensalmente cerca de 1.600 veículos da Esplanada.
O governo de Brasília autorizou a utilização das áreas públicas - que não são fechadas aos demais motoristas.
Com informações da Rádio CBN
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