Direitos e Deveres
Procuradorias fazem prevalecer tese da necessidade de comprovação de compatibilidade de horários para ocupação de mais de um cargo público
BSPF - 22/05/2014
A Advocacia-Geral da União (AGU) demonstrou, na Justiça, que é necessário comprovar a compatibilidade de horários para acumulação de cargos públicos. A tese estava sendo questionada judicialmente por um servidor público estadual, que ocupa o cargo de perito criminal na polícia técnico-científica do estado do Amapá.
Segundo a ação, o servidor estava exercendo jornada semanal de 30 horas e, por isso, alegou que teria direito de tomar posse no cargo de professor do ensino básico, técnico e tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP), na categoria construção civil, com jornada de trabalho de 40 horas semanais, para o qual foi aprovado em concurso público.
A Procuradoria Federal no estado do Amapá (PF/AP) e a Procuradoria Federal junto ao Instituto (PF/IFAP) argumentaram que, embora a Constituição Federal não tenha estabelecido uma carga horária semanal máxima em caso de cumulação de cargos públicos, o texto constitucional aponta que deve haver a compatibilidade de horários como critério de limitação ao número de horas a serem trabalhadas.
Segundo as procuradorias, no caso, além de se evitar a prestação de serviço de forma concomitante, deve-se levar em conta o descanso ou repouso entre uma e outra jornada de trabalho, destinado a preservar a saúde do trabalhador e a qualidade do serviço público por ele desempenhado.
Os procuradores explicaram que o limite aceito pela Administração Pública Federal para permitir a acumulação de cargos, seguindo a orientação do Parecer Normativo AGU/GQ nº 145/1998, seria de 60 horas semanais. Defenderam, ainda, que impor uma jornada superior prejudicaria a saúde do servidor e o desenvolvimento das atividades laborais em ambos os cargos.
Por fim, as procuradorias da AGU afirmaram que não haveria compatibilização de horários no caso do autor da ação porque a soma das jornadas regulares de trabalho a que ele estaria submetido ultrapassaria o limite de 60 horas semanais, além de ter que cumprir escala de plantão durante a semana no cargo de perito, o que prejudicaria sua atividade de docência no IFAP.
A 6ª Vara da Seção Judiciária do estado do Amapá acolheu os argumentos da AGU reconhecendo que, pelo fato de trabalhar também em regime de plantão, a carga horária de serviço do requerente impede a cumulação de cargos, pois não está atendido o requisito do artigo 37, XVI, da Constituição Federal, quanto à compatibilidade de horários.
Fonte: AGU
loading...
-
Tribunal Cassa Decisão Que Autorizava Acúmulo De Cargos Públicos Na área Da Saúde
BSPF - 09/12/2015 Interessadas pretendiam jornada de 72 horas semanais e não comprovaram compatibilidade de horários A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) negou a duas...
-
Procuradorias Confirmam Ilegalidade Na Acumulação De Dois Cargos Públicos
BSPF - 03/12/2014 A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou, na Justiça, a ilegalidade na acumulação de dois cargos públicos. A decisão foi obtida em ação em que o autor pretendia tomar posse...
-
Justiça Permite Acúmulo De Cargos Públicos E Remunerações
ALESSANDRA HORTOO DIA - 13/10/2014 Decisão vale mesmo que as jornadas de trabalho somadas ultrapassem o limite máximo de 60 horas semanais Rio - O servidor público pode acumular cargos ? e, consequentemente,...
-
Administração Não Pode Afastar Garantias Constitucionais Por Meio De Parecer Interno
BSPF - 08/10/2014 A Administração não pode, por parecer interno, afastar a norma constitucional que garante ao servidor a acumulação remunerada de cargos públicos. A 5.ª Turma do TRF da 1.ª Região...
-
Trf3 Afasta Limite Máximo De Horas Para Acumulação De Cargos Públicos
BSPF - 08/09/2014 Apelante deseja acumular dois cargos públicos privativos de profissionais da saúde A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) afastou, por unanimidade, a limitação...
Direitos e Deveres