Crise do Judiciário ajuda
Direitos e Deveres

Crise do Judiciário ajuda




Correio Braziliense      -      13/01/2012





Em uma cruzada para evitar reajustes salariais que ameacem o controle de gastos no governo, o Planalto avalia que o desgaste do Judiciário em torno do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não só ajudou a segurar um aumento para a categoria em 2011 mas também deve diminuir o poder de barganha da classe neste ano.

A presidente Dilma Rousseff tem dedicado boa parte de sua agenda desde que voltou das férias, há uma semana, para estudar com a equipe econômica os cortes no Orçamento de 2012 de modo a manter a inflação sob controle e dar condições para um forte crescimento do país. Há expectativas de que, por causa da crise econômica internacional, o governo contingencie um valor maior do que os R$ 50 bilhões anunciados no ano passado.

Um dos principais motivos para a resistência da presidente em incluir o reajuste do Judiciário na proposta orçamentária aprovada pelo Congresso no final de dezembro foi a leitura de que ele "abriria a porteira" para outras categorias exigirem aumentos. Magistrados pediam um reajuste de 14,79%. Já os servidores queriam 56%.

Um assessor próximo da presidente reconheceu que a disputa interna causada pelas investigações determinadas pela corregedora do CNJ, Eliana Calmon, acabou por ajudar o Executivo a barrar o reajuste. "De uma maneira indireta, o desgaste diminuiu o poder de barganha do Judiciário, sob ataque da opinião pública", disse o assessor.

A iniciativa de Eliana Calmon de fiscalizar magistrados em todo o país abriu uma crise. O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a suspender as apurações em 22 tribunais do país, atendendo a mandado de segurança de três entidades que representam juízes. Em outra liminar, o STF também limitou os poderes do CNJ para investigar e punir aqueles suspeitos de irregularidades. As associações de classe afirmaram que a Corregedoria do CNJ teria quebrado o sigilo bancário e tributário de mais de 200 mil magistrados, servidores e familiares.

A disputa, que parece longe de ser apaziguada, pode ajudar o Executivo a segurar um reajuste substancial, como foi considerada a demanda do Judiciário. A expectativa do Planalto é não ter que conceder aumentos neste ano, apesar da pressão de diversas categorias. O argumento utilizado é o mesmo de 2011. "O Brasil não é uma ilha" e "não está imune à crise econômica bastante profunda" que o mundo enfrenta, como disse a presidente Dilma Rousseff mais de uma vez.






loading...

- Dilma Volta A Rejeitar Reajustes Ao Judiciário
Tânia Monteiro O  Estado de S. Paulo     -     23/07/2012 O reajuste do Judiciário foi um dos temas da conversa da presidente Dilma Rousseff com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto,...

- Judiciário Faz Pressão Por Reajuste De Servidores
Mariângela Gallucci  e  Rafael  Moraes  MouraO Estado de S. Paulo      -     18/12/2011 BRASÍLIA - Presidente afirma que não é hora de aumentos salariais, mas juízes pedem ao...

- Dilma Barra Salário Maior
Autor(es):  Júnia GamaCorreio Braziliense     -     08/11/2011 Crise global é usada como argumento para convencer o Congresso a não aumentar vencimentos do funcionalismo O Palácio do Planalto mandou...

- Não Ao Judiciário
Correio Braziliense    -    06/10/2011 A presidente Dilma Rousseff está disposta a não conceder os reajustes salariais reivindicados pelo Judiciário. Em mensagem encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a chefe do Poder...

- Vaccarezza: Reajuste Para Judiciário é Inviável
Autor(es): agência o globo:Cristiane JungblutO Globo     -      06/09/2011 Juízes e servidores prometem pressão sobre Congresso e afirmam que, para Executivo, não faltou dinheiro BRASÍLIA. Após...



Direitos e Deveres








.