Tânia Monteiro
O Estado de São Paulo - 17/06/2010
Presidente admite que existem pressões, mas afirma que aumentos serão dados apenas quando houver dinheiro disponível
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula disse que neste ano não haverá novos aumentos para o funcionalismo público. Ele admite que existem pressões, mas disse que os aumentos serão dados somente quando houver dinheiro disponível.
"Acabou este ano a questão dos aumentos. Vamos dar de aumento hoje só aquilo que tínhamos acordado em 2008 e que temos parcelas ainda a cumprir. Isso será cumprido. Mas discussão de aumento, as pessoas terão de esperar o novo governo chegar, porque eu não posso comprometer o Orçamento do governo que vem", afirmou Lula, em entrevista, ao deixar o Palácio do Itamaraty, onde participou do encerramento da 34ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Lula lembrou que o aumento de 7,7% autorizado para as aposentadorias acima de um salário mínimo foi possível, com o compromisso dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda de cortar inclusive emendas parlamentares.
"As pessoas podem estar disputando eleição, mas não podem perder o censo de responsabilidade. Até porque, o povo não vota em quem ele percebe que não é responsável.", disse.
Sobre o crescimento da economia, Lula disse que não acredita que possa comprometer a produção. "Isso não é uma verdade absoluta. Temos de ter preocupação com o aumento da demanda e com o aumento da produção, porque as duas coisas estão ligadas. Mas o Brasil ainda tem espaço para crescer. A minha tese é que não pode haver o efeito sanfona. Queremos um crescimento sustentado de 5%, 6% ao ano. Nós estamos sendo vítimas de uma revolução produtiva", afirmou.