O governo chegou a pensar em adiar ou suspender os reajustes de servidores programados, mas, temendo desgaste político, decidiu manter os aumentos previstos para julho deste ano e de 2010.
- Os reajustes serão em julho de 2009 e julho de 2010. Os compromissos estão mantidos, ressalvando que, caso haja uma deteriorização expressiva nas nossa receitas, teremos que conversar novamente - afirmou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, acrescentando que haverá uma redução de R$ 1 bilhão nas despesas de pessoal, com mudanças nas datas de concursos e na posse de concursos já realizados. ( Áudio: Paulo Bernardo diz que reajustes estão mantidos )
- É evidente que se houver uma piora muito expressiva da receita vamos ter que rediscutir isso - completou.
A crise econômica reduzirá a arrecadação de impostos federais em cerca de R$ 48 bilhões este ano.
" Vamos atrasar os concursos e a liberação das posses "
- Vamos atrasar os concursos e a liberação das posses. Vamos refazer o cronograma - afirmou o ministro, adiantando que o cronograma vem sendo negociado caso a caso. - Não posso supor que a necessidade do Ministério do Meio Ambiente seja igual da Educação. Quem está esperando concurso, pode saber que vai atrasar um pouquinho - completou. ( Áudio: Paulo Bernardo fala sobre mudança nos concursos )
" Estamos fazendo uma readequação. Em janeiro, não tínhamos clareza do que ia acontecer com a receita. Era um cálculo prudente, conservador, estamos ajustando agora essa conta "
O governo pretende também renegociar com os ministérios o número de vagas para os novos concursos. O objetivo é economizar R$ 1 bilhão nas despesas com pessoal e encargos sociais. O Planejamento anunciou ainda a redução da estimativa de crescimento da economia brasileira em 2009, de 3,5% para 2%.
Em janeiro, o governo previa uma limitação de gastos de R$ 37,2 bilhões. Agora, analisado o comportamento da receita, foi decidido que o contingenciamento será de R$ 21,6 bilhões. A proposta orçamentária aprovada pelo Congresso previa gastos de R$ 1, 6 trilhão.
- Estamos fazendo uma readequação. Em janeiro, não tínhamos clareza do que ia acontecer com a receita. Era um cálculo prudente, conservador, estamos ajustando agora essa conta - afirmou Paulo Bernardo.
" Podemos ter que apertar mais o cinto durante o ano, mas não acredito que será grande coisa "
De acordo com o ministro, até o dia 30 o governo definirá a distribuição dos cortes no Orçamento por ministérios. Por enquanto, só ficou acertado o valor global do contingenciamento.
Bernardo, admitiu que, ao longo deste ano, o governo poderá ter que "apertar mais o cinto". O ministro ressaltou que as chances de ter uma receita adicional são poucas.
- Podemos ter que apertar mais o cinto durante o ano, mas não acredito que será grande coisa - disse Bernardo.
Ele informou que não estão incluídos no corte os subsídios ao programa habitacional do governo e que os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não serão afetados pelo corte.
Destes R$ 21,6 bilhões de contingenciamento, R$ 300 milhões correspondem a cortes aos orçamentos do Legislativo e do Judiciário. O governo reduziu ainda de 3,5% para 2% a estimativa de crescimento da economia brasileira em 2009. O ministro comunicou ao ministro das Relações Institucionais, José Mucio, que, das emendas parlamentares, só serão preservadas as individuais, que correspondem a R$ 5,9 bilhões.
Fonte: O Globo