Ping pong com PB
Direitos e Deveres

Ping pong com PB


Por Luciano Pires
Blog do Servidor - 31/07/2009


O Correio Braziliense publica nesta quinta-feira uma entrevista exclusiva com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Na edição impressa, a conversa com PB saiu em forma de tópicos, dividida por assuntos. Aqui no site apresento algumas perguntas feitas por mim e pela colega
Denise Rothenburgno estilo "ping pong".

Por que a arrecadação não reage? Quando o governo espera melhorar a receita?
Acho que no segundo semestre vai melhorar um pouquinho, não vai melhorar muito. Agora no ano que vem, deixando de valer essas diminuições de tributos e com o crescimento na casa de 5% o resultado será muito melhor. Mas o bom mesmo será em 2011, porque o que vai puxar na frente é o lucro das empresas.

E quem vai se beneficiar dessa pujança?
Achamos que será a Dilminha. É evidente que os nossos adversários têm ideia diferente disso. O importante de tudo isso é que o presidente Lula deixará um quadro macroeconômico muito positivo: país crescendo, com inflação controlada, dívida muito menor, taxa de juros na casa de 4% a 5% real. Quem entrar depois do Lula terá uma avenida.

Mas essa avenida tem buracos e um deles é o gasto público. E ainda tem o aumento do Bolsa Família, os impactos dos reajustes ao funcionalismo.
Os críticos são os mesmos que chamavam o Bolsa Família de esmola, de assistencialismo. A verdade é que os programas de transferência de renda mostraram peso econômico, porque a economia foi segura por dois fatores: as políticas do governo e no mercado interno, que conseguimos melhorar muito. Como regra geral temos de ter uma boa situação fiscal. Por outro lado, mudamos as prioridades. Nos governos anteriores havia prioridades que não são as nossas. Fizemos crescimento econômico com inclusão social. O número de pessoas em extrema pobreza caiu no governo Lula e vai cair mais ainda. O enfoque foi diferente. Entendo que os críticos reclamem, mas a visão está equivocada. Os Estados Unidos estão praticando um déficit de 13% do PIB e ninguém está gritando. No Brasil não estamos dando dinheiro para empresa quebrada ou para banco.

O gasto público com a máquina aumentou e ele é permanente.
A despesa de pessoal não está em níveis superiores do que estava em 2001 ou 2002. É o mesmo patamar. O que aconteceu no nosso governo é que como o PIB cresceu rapidamente a despesa de pessoal ficou relativamente menor. Tínhamos uma pressão enorme para aumentar salário, seguramos tanto quanto podíamos. Fizemos as reestruturações, mas também não tem nada de insustentável nisso. No ano que vem, com a economia crescendo, o gasto ficará menor na proporção com o PIB. A oposição fica procurando chifre em cabeça de cavalo.

O ciclo de reajustes aos servidores chegou ao fim?
Claro.Fizemos a opção certa. Não tínhamos condição de dar tudo de uma vez, dividimos em três anos, vamos cumprir. Agora está todo mundo com o salário valorizado. E eu diria mais: se fôssemos negociar neste ano com certeza seria outra postura. Nesse ponto os servidores têm de agradecer que a estratégia foi essa. Agora a política é discutir se vai manter o poder aquisitivo, mas isso deve ser discutido mais para frente, em 2011. Defendo o que fizemos, mas também não podemos fazer tudo o que o servidor gostaria que fosse feito

Essa mesma lógica se aplica aos concursos?
Sim. Estamos mantendo as contratações que nos programamos a fazer. Cerca de 70% são para a área de educação.

E o projeto do governo que trava o crescimento da folha de pessoal? O governo está disposto a bancar a aprovação?
Sim. Não é congelamento da folha. O projeto diz que as despesas de pessoal teriam uma limitação de 1,5% além da inflação, o senador Jucá propôs de 2,5%, que acho razoável. O mérito é dar uma política de médio prazo e uma política igual para os Poderes. Acho que isso seria uma boa solução. Não sei se tem apelo dentro do Congresso.




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