A pressão do Palácio do Planalto para barrar medidas que causem rombos nos cofres públicos conseguiu barrar os aumentos para os servidores do Judiciário e do Legislativo. Os funcionários do Executivo foram os únicos que conseguiram garantir, para este ano, reajustes salariais. Na lei orçamentária aprovada no Congresso Nacional, o governo destinou R$ 1,6 bilhão para custear os aumentos de remuneração de 15 categorias, além de realizar mudanças em uma série de planos de cargos. Uma das principais alterações, listadas no Projeto de Lei n.º 2.203/11, é a elevação nas gratificações de desempenho.
Para o secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa, a conquista foi apenas um primeiro passo. Os servidores querem, agora, estender a todos os funcionários de nível superior a tabela salarial da Lei n.º 12.277, que, em 2010, definiu reajuste de até 78% a economistas, geólocos, estatísticos, engenheiros e arquitetos. A medida faz parte de um acordo firmado com o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva. "No ano passado, o governo passou a perna nos trabalhadores e empurrou até agosto (quando foi fechada a proposta orçamentária do Executivo) a decisão sobre os aumentos. Agora, não vamos aceitar isso. Se, até março, a negociação não tiver ganhado corpo, vamos começar os trabalhos para iniciar uma greve conjunta", avisou Costa.