A MODA DA PERSEGUIÇÃO AO FUNCIONALISMO
Direitos e Deveres

A MODA DA PERSEGUIÇÃO AO FUNCIONALISMO




Coluna Claudio Humberto    -    23/02/2011



Nos tempos modernos, a moda começou com Jânio Quadros. Depois, contagiou  Ernesto Geisel, Fernando  Collor, Fernando Henrique e agora aguarda na ante-sala de Dilma Rousseff, sem saber se será convidada a entrar ou a escafeder-se. Fala-se da perseguição  aos funcionários públicos, há muito injustamente  considerados exploradores, sanguessugas, inoperantes e supérfluos.

Jânio, além de proibir brigas de galo e desfiles de biquíni, inventou a dupla jornada para o funcionalismo, obrigado a trabalhar pela manhã, ir para casa almoçar e voltar à tarde. A produtividade começou  a cair e ele cedeu parcialmente: no Rio, trabalhariam em dois expedientes os funcionários que morassem até Cascadura, Madureira e subúrbios afins. Do outro lado da rua, mantinham o horário corrido...

Geisel era tido como ministro de todas as pastas, diretor de todos os departamentos e chefe de todas as seções do serviço público. Assim, vigiava até o horário dos garçons que serviam cafezinho no Planalto. Apesar da inflação, negou reajustes aos servidores e inaugurou a deletéria prática da terceirização.

Fernando Collor chegou vestindo o terno da modernidade, para ele a transformação dos funcionários públicos em empregados de empresas privadas, isto é, sem regalias de espécie alguma. Suprimiu os  ônibus que os  conduziam  às repartições aqui em Brasília, cidade das longas distâncias e da ausência de transportes públicos. Também extinguiu uma série de estabelecimentos públicos, da Embrapa à Portobrás. 

Fernando Henrique sublimou, chamando os servidores do estado de vagabundos,  em  meio à febre privatizante responsável pela demissão de montes de funcionários. Impôs reformas na Constituição para  retirar direitos adquiridos da categoria e colaborou para a queda do nível e da performance do serviço público, precisamente o que desejava.

Acaba de assumir Dilma Rousseff, depois do interregno de oito anos do Lula,  onde as  maldades, pelo menos, foram interrompidas. Em seus primeiros atos, no bojo do  anúncio do corte de gastos, a presidente da República congelou não apenas os concursos para o serviço público, mas até a posse dos concursados já aprovados. Também mandou seu ministro da Fazenda divulgar que este ano não haverá reajuste de espécie alguma para os servidores. É cedo para saber se seguirá o curso dos antecessores acima referidos, mas as primeiras iniciativas levaram a moda da perseguição ao funcionalismo  a acampar na porta de seu gabinete. Será que vai entrar?

Por Carlos Chagas





loading...

- Os Bodes Expiatórios
Jornal de Brasília     -     12/07/2015 O inferno astral dos servidores públicos começou com o presidente Sarney, que foi nocivo aos servidores. Nos legou a vilania do vencimento básico, que é uma das causas...

- Em 1961, Presidente Jânio Quadros Criou Uniforme Para Os Funcionários Federais
Agência Senado     -     24/10/2014 O presidente Jânio Quadros ocupou o Palácio do Planalto por rápidos sete meses, em 1961. Ele ficou célebre por ter inexplicavelmente renunciado ao cargo. Apesar do governo...

- Comissão Aprova Criação De 90 Cargos De Confiança
O Globo      -      29/11/2012 Nomeações estão ligadas à estrutura da Presidência da República BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem a criação de...

- Lula Terá Direito A Oito Funcionários Quando Deixar A Presidência
Mariana Jungmann Agência Brasil - 27/11/2010 Brasília - Quando entrar para o grupo dos ex-presidentes da República, a partir de janeiro do próximo ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda poderá contar com oito funcionários públicos...

- Demitidos Por Collor Ganharam Anistia De Itamar
O Estado de S. Paulo - 30/06/2010 Lei, aprovada em 1994, permitiu retorno de funcionários sob o argumento de que foram perseguidos políticos Há um grupo de ex-servidores que já achou o caminho de volta ao emprego público. Essas pessoas não se demitiram,...



Direitos e Deveres








.