Autor(es): # Vinicius Sassine Correio Braziliense - 12/05/2010
Presidente do STF encontra-se com deputados, mas ouve que não haverá votação do aumento para servidores da Justiça antes das eleições. Funcionários de nove estados já cruzaram os braços
A pressão feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, e pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, foi insuficiente para apressar na Câmara dos Deputados a tramitação do projeto de lei que prevê aumento de 56% dos salários dos servidores da Justiça Federal. Peluso reuniu-se no início da tarde de ontem com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB SP), e com líderes dos partidos da Casa. Poucas horas depois, recebeu no STF deputados que integram a Comissão de Trabalho, onde o projeto de lei está parado. Mesmo assim, a proposta não será votada em regime de urgência, como quer o Judiciário, e a matéria não deve ser apreciada antes das eleições.
O presidente da Comissão de Trabalho, deputado Alex Canziani (PTB-PR), saiu da reunião no início da noite falando em diminuição do percentual do reajuste, em escalonamento na concessão do aumento e em um novo relatório para o projeto de lei. Estamos buscando um acordo, disse. Já o deputado Luciano Castro (PR-RR) argumentou que o impacto financeiro do reajuste cairá sobre as costas do governo. Por isso, segundo o parlamentar, o valor do reajuste deve ser calculado com o Executivo. Agora, os integrantes da comissão vão se reunir com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para tratar das mudanças no projeto.
As dificuldades no avanço da matéria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou na segunda-feira que não haverá reajustes a servidores este ano levaram a discursos mais brandos no STF. O diretor-geral do Supremo, Alcides Diniz, ressaltou que a proposta precisa ser negociada, o que pode significar um reajuste inferior ao desejado pela categoria. O diálogo vai nortear as condições de aprovação do projeto. O TSE, por outro lado, endureceu o tom. Essa greve é ilegal, afirmou Lewandowski.
Cortesia Cezar Peluso não falou com a imprensa após o encontro, mas os deputados que participaram da reunião disseram que a visita foi apenas uma cortesia e que, no encontro, o reajuste não foi discutido. Mas na própria divulgação do teor da reunião, a razão apresentada era a de debater o aumento. Ninguém falou disso, afirmou o líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN). Foi uma visita de cortesia, reiterou Temer, acrescentando que o projeto não será incluído na pauta de votação neste semestre. |