Direitos e Deveres
Ministro defende aperto em gastos salariais
BSPF - 22/03/2015
Brasília - O governo abriu ontem (20) a temporada de negociações salariais com os funcionários públicos traçando um limite muito claro: os gastos com folha, medidos como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), terão de cair a cada ano. Isso equivale a dizer que as despesas com o funcionalismo federal terão de ter um peso cada vez menor na economia brasileira. Tal resultado pode ser alcançado de duas formas: contendo a folha ou expandindo a economia. ?Estamos neste momento empenhados para que a recuperação (da economia) aconteça da maneira mais rápida possível, porque é o crescimento do PIB que vai gerar espaço fiscal para atender às diversas demandas sobre orçamento público?, disse o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
A folha salarial do governo, que foi de 4,3% do PIB no ano passado, ficará em 4,1% do PIB em 2015, conforme o Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional. Ele também adiantou que o principal pedido dos funcionários públicos, um reajuste de 27,3% para 2016, é ?inviável?. Esse aumento elevaria as despesas em mais de 1% do PIB, informou Barbosa. Para se ter uma ideia, o superávit primário (saldo das receitas e despesas não financeiras) prometido para o ano que vem é de 2% do PIB. Ou seja, o reajuste consumiria metade da meta.
O impacto do aumento pedido pelos servidores seria da ordem de R$ 40 bilhões, segundo informou o presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical), Rudinei Marques. ?Mas isso pode ser diluído ao longo de diversos exercícios?, disse. Os sindicalistas concordaram com a proposta do governo de negociar um reajuste parcelado em dois ou três anos, como tem sido a prática.
A conversa envolveu 41 entidades representativas dos servidores públicos federais e oito centrais sindicais. ?É a maior negociação salarial do País, envolve mais de um milhão de pessoas?, comentou o ministro. Ficou acertado um calendário de reuniões que irá de maio a agosto deste ano. (AE)
Fonte: Tribuna do Norte
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