Direitos e Deveres
Oposição promete ir à Justiça contra criação de cargos por meio de MPs
Agência Câmara de Notícias - 22/11/2012
Deputados de oposição denunciam que o governo está, de forma inconstitucional, aproveitando a tramitação mais rápida das medidas provisórias para aprovar projetos de criação de cargos parados na Câmara.
Enquanto PSDB e PPS ameaçam ir à Justiça contra a medida, governistas negam violação jurídica.
A estratégia governista é incluir os projetos do Executivo que criam cargos como emendas às MPs e incorporá-los aos projetos dos relatores das MPs. A oposição alega que um projeto de parlamentar não pode tratar de matéria exclusiva do Executivo.
A manobra foi utilizada nos pareceres da MP 575/12, que foi aprovada pela Câmara na terça-feira (20) e criou 27 cargos comissionados para ministérios; e da MP 578/12, que foi aprovada em comissão mista com emenda que cria mais de 8 mil cargos na estrutura do Executivo. A MP 578 ainda será votada pelo Plenário da Câmara, antes de seguir para o Senado.
Vício de iniciativa
A polêmica sobre a legalidade da manobra está no fato de a Constituição determinar que leis de criação e extinção de cargos do Poder Executivo são de iniciativa exclusiva do presidente da República.
Na avaliação dos oposicionistas, um parlamentar não poderia incluir no seu parecer tema que a Constituição determina como exclusivo do Executivo, pois haveria vício de iniciativa.
Os oposicionistas alegam ainda que há violação a outro dispositivo da Constituição, o que impede o aumento de despesa em projeto do Executivo. Os cargos criam gastos não especificados na MP.
A avaliação do governo, no entanto, é de que não há ilegalidade: o relator apenas incorpora ao seu parecer o teor de um projeto de autoria do Executivo que já tramita na Câmara. Assim, não haveria vício de iniciativa tampouco incompatibilidade financeira, pois o Executivo já se programou para a criação das funções e já solicitou os cargos ao Congresso.
Justificativa
Para o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), não há inconstitucionalidade. ?O Regimento, no que trata do trâmite de medida provisória, contempla essa hipótese, porque existe o projeto de lei do Executivo e porque a emenda [de autoria de parlamentar] transfere exatamente o conteúdo desse projeto de lei para a medida provisória?, explicou Chinaglia, durante a votação da MP 575 em Plenário.
O mesmo argumento se repete no parecer do deputado João Magalhães (PMDB-MG) à MP 578/12. ?A incorporação de dispositivos que criam cargos não viola dispositivo constitucional de reserva de iniciativa do chefe do Executivo, uma vez que tal iniciativa já foi exercida com a apresentação dos PLs 2205/11 e 4365/12. Pelas mesmas razões, não há que se cogitar da aplicação da regra que veda aumento de despesa em projeto do Executivo?.
O deputado Cesar Colnago (PSDB-ES), no entanto, rebate o argumento governista e caracteriza a manobra como ?um absurdo completo?. ?Não existe outra leitura que não a do vício de iniciativa na inclusão de projetos exclusivos da presidente da República em um projeto de parlamentar. O vício não é sanado porque tramita na Casa a matéria correlata, e deputados não podem apresentar alteração do que está na Constituição?, reclamou.
STF
Apesar dos protestos da oposição, o Plenário da Câmara aprovou na última terça-feira o parecer da MP 575 com a inclusão dos cargos. O deputado Roberto Freire (PPS-SP) disse que o seu partido vai entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a manobra assim que o parecer for aprovado pelo Senado.
?Se for aprovado isto, que é flagrantemente inconstitucional, eu convidaria as oposições para entrarmos com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, que é quem está pelo menos garantindo que vivamos em um pleno regime democrático?, disse.
A estratégia da oposição pode se repetir no caso da MP 578/12. O deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP) adiantou que os dispositivos que criam cargos devem ser votados em separado, a pedido do PSDB, mas admite que são pequenas as chances de que esses pontos sejam derrubados pelo Plenário.
?Como somos minorias, provavelmente vamos perder de novo se o governo assim quiser. Mas os partidos vão entrar na Justiça para ver se recompõem o respeito à Constituição?, disse Fernandes.
loading...
-
Senado Volta A Examinar Classificação De Papiloscopistas Como Peritos Oficiais
Agência Senado - 21/07/2014 A classificação dos papiloscopistas como peritos oficiais, que já foi objeto de um veto presidencial no ano passado, voltará a ser debatida no Senado. Chegou à Casa...
-
Remuneração Por Subsídio Para Susep Causa Polêmica Em Plenário
Agência Câmara Notícias - 23/04/2013 A previsão de remuneração por subsídios para alguns servidores da Superintendência de Seguros Privados (Susep) causou polêmica durante a votação do Projeto...
-
Câmara Aprova Projeto Que Autoriza 80 Cargos No Stj
Erich Decat Folha de S. Paulo - 27/11/2012 BRASÍLIA - A Câmara aprovou nesta terça-feira (27) projeto que autoriza a criação de 80 cargos comissionados para o STJ (Superior Tribunal de Justiça)....
-
Comissão Aprova Criação De Mais De 2,7 Mil Cargos No Executivo
Agência Câmara Notícias - 27/11/2012 A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou na última quarta-feira (21) a criação de 2.781 cargos na Administração Pública Federal. O texto...
-
Criados 24 Cargos Em Comissão No Ministério Do Esporte
BSPF - 11/01/2012 A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou nesta segunda-feira (9) a criação de 24 cargos em comissão no Ministério do Esporte. De acordo com a Lei 12.589/2012, todos...
Direitos e Deveres